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Conheça a doença dos acumuladores compulsivos: Síndrome de Diógenes ou de Disposofobia

Também conhecido por Transtorno de Acumulação (TA), Transtorno de Acumulação Compulsiva (TAC), Síndrome de Diógenes ou de Disposofobia, trata-se de pessoas que apresentam uma necessidade incontornável de acumular: coisas, objetos, animais, sendo que sempre extrapolando o limite do razoável, uma vez que chegam a situações peculiaríssimas e graves nas quais o armazenamento perde uma função pretensamente utilitária e específica e redunda numa inegociável e irreversível dimensão.

A Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS incluiu:

Descrição da CID-11: “O transtorno de acumulação é caracterizado pelo acúmulo de objetos devido à aquisição excessiva ou dificuldade de descartá-los, independentemente de seu valor real. A aquisição excessiva é caracterizada por impulsos repetitivos ou comportamentos relacionados à acumulação ou compra de itens. A dificuldade em descartar bens é caracterizada por uma necessidade percebida de salvar itens e ansiedade associada a descartá-los. A acumulação de objetos resulta em espaços de vida tornando-se desordenados a ponto de que seu uso ou segurança sejam comprometidos. Os sintomas resultam em sofrimento significativo ou prejuízo significativo em áreas pessoais, familiares, sociais, educacionais, ocupacionais ou outras áreas importantes de funcionamento.

Os acumuladores compulsivos são pessoas que possuem transtorno de acumulação e que apresentam uma grande dificuldade para se separar de seus pertences, independentemente do seu real valor. Por esse motivo, é comum que a casa e o local de trabalho, em alguns casos, tenham vários objetos acumulados, podendo dificultar a circulação no ambiente e o uso de várias superfícies.

As pessoas com o transtorno de acumulação podem ter noção de seu problema, no entanto, existem acumuladores que podem apresentar ideias delirantes, devendo ser diagnosticadas e tratadas por um psicólogo ou psiquiatra.

O acúmulo de objetos pode ter como consequência o desgaste das relações sociais e de trabalho e, por isso, é importante que essas pessoas recebam e aceitem o apoio de seus familiares e amigos, já que a própria pessoa muitas vezes não enxerga como um problema e, por isso, não busca tratamento, que deve ser feito sob orientação de um psicólogo.

Muitas vezes o acumulador pode ser confundido com um colecionador, ou pode até utilizar a desculpa de fazer coleção, apenas que os outros não o vejam de forma estranha.

O colecionismo é a prática que as pessoas têm de guardar, organizar, selecionar, trocar e expor diversos itens por categoria, em função de seus interesses pessoais. Em todo o mundo, milhões de colecionadores organizam as mais diversas coleções de objetos. Dentre os benefícios que a atividade pode trazer para o colecionador, em especial os mais jovens, está o desenvolvimento dos sensos de classificação e organização, de interação e socialização com outros colecionadores, do poder de negociação, bem como o aumento do repertório cultural acerca do objeto colecionado.

No entanto, uma forma fácil de distinguir ambas as situações é que, normalmente, o colecionador tem orgulho em mostrar e organizar a sua coleção, enquanto o acumulador pode adquirir objetos que não têm relação entre si e prefere manter em segredo, além de esconder os objetos que acumula, resultando em uma maior dificuldade para se organizar.

Se diagnostica o transtorno quando a pessoa acumula posses em excesso, tem grande dificuldade de se desfazer dessas posses e sente muita angústia ou sofre diminuição da capacidade funcional devido a essa acumulação compulsiva.

Não se conhece a causa exata que leva uma pessoa a fazer acumulação excessiva, no entanto, é possível que esteja relacionado com fatores genéticos, com o funcionamento cerebral ou com eventos estressantes da vida da pessoa.

Os sintomas da acumulação compulsiva frequentemente começam durante a adolescência. O transtorno pode ser leve inicialmente, mas pode piorar gradativamente conforme a pessoa envelhece, causando problemas substanciais ao redor dos trinta anos de idade. Acredita-se que entre 2% e 3% das pessoas apresentem esse transtorno. Sua prevalência é a mesma entre mulheres e homens.







De forma geral, os acumuladores compulsivos apresentam alguns dos seguintes sinais e sintomas:

· Dificuldade para se desfazer dos objetos, independentemente do seu valor real;

· Dificuldade para organizar seus pertences;

· Acumular objetos em todos os locais da casa;

· Ter medo excessivo de ficar sem um objeto;

· Sentir que não podem jogar um objeto no lixo, pois poderão necessitar dele no futuro;

· Procurar por novos objetos, mesmo quando já têm vários do mesmo.

Além disso, pessoas que são acumuladores compulsivos também se tornam mais isoladas, especialmente em casos mais severos, pois têm vergonha da sua própria situação e do aspecto de sua casa. Por este motivo, estas pessoas têm maiores chances de desenvolver outras doenças psiquiátricas, como a depressão, por exemplo.

A pessoa que sofre de transtorno de acumulação compulsiva sente uma necessidade forte de adquirir e guardar objetos e fica muito angustiada quando é forçada a se desfazer deles ou até mesmo quando pensa em se desfazer deles. A pessoa não tem espaço suficiente para acomodar todos os objetos acumulados. As áreas de convívio ficam tão lotadas e desorganizadas que não é possível usá-las, exceto para guardar os objetos acumulados. Por exemplo, pilhas de jornais acumulados podem encher a pia e cobrir bancadas, o fogão ou o chão da cozinha, impedindo que a cozinha seja utilizada para cozinhar.

A acumulação compulsiva interfere com a capacidade da pessoa de executar atividades em casa e, às vezes, no trabalho ou na escola. Por exemplo, é possível que a pessoa com transtorno de acumulação compulsiva não permita que outras pessoas, incluindo membros da família, amigos e técnicos, entrem na casa porque ela se sente constrangida pela acumulação.

Embora a acumulação possa parecer um transtorno pouco preocupante, a verdade é que pode ter vários riscos para a saúde, especialmente relacionados com alergias e infecções frequentes, já que o excesso de objetos torna mais difícil a tarefa de limpar a casa, facilitando o acúmulo de bactérias, fungos e vírus.

Além disso, dependendo do grau de acúmulo de objetos, também pode haver o risco de quedas acidentais ou até de soterramento, já que os objetos podem cair por cima da pessoa. A desordem pode ser um risco para incêndios e à segurança.

Já a nível psicológico, acumuladores compulsivos também têm maior tendência a ficar isolados e podem desenvolver quadros de depressão graves, especialmente quando reconhecem o problema, mas não desejam, ou não podem, fazer o tratamento.

Por exemplo, na acumulação compulsiva de animais, a pessoa acumula mais animais de estimação que o lugar permite, sem conseguir alimentá-los nem prestar atendimento veterinário. A pessoa deixa os animais viverem em situações anti-higiênicas. Frequentemente, o local fica abarrotado de animais e eles perdem peso e/ou adoecem. No entanto, muitas pessoas com o transtorno não reconhecem que não estão tomando o devido cuidado dos animais. As pessoas que sofrem de transtorno de acumulação de animais costumam ser bastante apegadas a eles e não querem abandoná-los.

A avaliação de um médico procede com base em critérios diagnósticos específicos, onde os médicos diferenciam o transtorno de acumulação compulsiva de uma acumulação temporária de objetos e desorganização (por exemplo, quando a propriedade é herdada), porque a acumulação compulsiva persiste. Ela difere da coleção de objetos (como livros e figurinhas) porque a acumulação compulsiva, diferentemente da coleção, é desorganizada e interfere com a capacidade da pessoa de utilizar os cômodos em desordem.

É possível diagnosticar o transtorno de acumulação compulsiva quando:

· A pessoa tem muita dificuldade em descartar ou se desfazer de posses, independentemente de seu valor real.

· A pessoa guarda objetos principalmente porque ela sente que precisa fazê-lo, independentemente do valor do item.

· As posses acumuladas congestionam e causam desorganização nas áreas de convívio (não em porões ou áreas de armazenamento) e interferem com o uso dessas áreas para seu objetivo pretendido.

· A pessoa se sente muito angustiada com a possibilidade de ter que se desfazer de qualquer de seus bens e/ou a acumulação compulsiva diminui sua capacidade funcional (por exemplo, no trabalho, na família ou com amigos).

Sem tratamento, os sintomas normalmente persistem durante toda a vida, podendo ser agravado cada vez mais.

É extremamente importante ressaltarmos que também existe o transtorno de acumulação de dinheiro.

Infelizmente, há pessoas que são extremamente obsessivas por acumular dinheiro que buscam acumular quase tudo o que ganham e para acelerar o processo de independência financeira, não se preocupam em comprar roupas e calçados quando já estão ficando gastos e comprometem até mesmo a aparência em visual no ambiente de trabalho, em eventos e no cotidiano, deixam também de se alimentar, se divertir e usufruir prazeres simples para manter o ritmo de acumulação de bens.

De fato, é lógico que nenhuma ação pode ser compulsiva, porque nada que é compulsivo ou sem limites é bom. Então é preciso tomar cuidado para:

· Não se tornar um mão-de-vaca ou mão fechada;

· Não excluir o lazer e a diversão totalmente da sua vida pensando em nunca gastar um centavo;

· Pensar sempre e somente em acumular dinheiro e passar a ter um comportamento não sociável;

· Viver traçando estratégias de como acumular mais dinheiro e não ter outros pensamentos;

· Não ter outros interesses e assuntos para conversar, a ponto de se afastar os amigos;

· Sentir angústia ou medo se precisar usar um valor que esteja aplicado;

· Imaginar somente cenários negativos para o futuro desenvolvendo fobias. Pode até mesmo acabar agindo de forma a atingir esses cenários;

· Nunca gastar nada do que acumulou, mesmo já tendo uma reserva de emergência e para o futuro. Ou seja, deixar de aproveitar a vida quando já conquistou a independência financeira e continuar acumulando.

Um exemplo nítido de que o excesso de acumulação de dinheiro que se transformou em um vício, é o Tio Patinhas, o famoso personagem mão-de-vaca da Disney. Já com idade avançada, passou a vida toda preocupado em acumular riqueza se tornando, de fato, muito rico. Porém, vive sozinho em sua mansão, mal conhece os sobrinhos, não se relaciona com familiares e não possui amigos. Acredita que todos que querem se aproximar estão interessados na sua fortuna. E está sempre se protegendo de bandidos que tentam roubá-lo a todo tempo. Ou seja, o Tio Patinhas é na verdade muito sozinho, de personalidade amarga e até infeliz na sua solidão.

A síndrome do Tio Patinhas pode ser observada também quando a pessoa já acumulou uma quantia necessária e já poderia ter uma vida tranquila e está sempre preocupada em acumular mais e com isso a idade passa e o tempo que poderia estar aproveitando mais a vida, esta pessoa fica envolvida em problemas que talvez nunca ocorram ou até mesmo considerando hipóteses de viver muito mais que 100 anos e as economias acabarem até lá.

O excesso de acumulação de dinheiro, pode acontecer por várias situações como:

· Um pai ou mãe que ficou desempregada durante muitos anos;

· Um filho (a) que viu o pai ou mãe desempregada durante muitos anos;

· Um cônjuge que enfrentou um processo de divórcio;

· Uma família que enfrentou dificuldades que não tinha o que comer dentro de casa;

· Pessoas que caíram em um golpe e perderam valores consideráveis;

· Pessoas que foram a falência;

· Entre outros.

Neste caso, gerou-se um trauma onde acumular dinheiro para enfrentar possíveis cenários em que a possibilidade de ocorrer o mesmo é extremamente difícil.

Geralmente é recomendado que a acumulação de dinheiro sensata e saudável aconteça da seguinte forma:

· Em torno de 10% a 20% da renda líquida mensalmente quando se é jovem, ou seja, a partir de 20 anos;

· Em torno de 30% a 40% da renda líquida mensalmente com a idade de 30-40 anos;

· Em torno de 40 a 50% da renda líquida mensalmente com a idade de 50 até 60 anos.

· A partir de 60 anos, é preciso analisar o padrão de vida, ponderar o controle financeiro das receitas e despesas e administrar a reserva financeira já adquirida. Nesse estágio da vida é essencial considerar que a expectativa de idade máxima, de acordo com o INSS, gira em torno de 70-80 anos (podendo variar de 90-100 anos em alguns casos).

É importante ressaltar que acumular de uma maneira equilibrada, também resulta em investimentos equilibrados. Um ponto essencial é ser equilibrado ao investir e seguir a regra dos 70 ou 80 (expectativa de idade máxima segundo o INSS). Onde se você tem 30 anos, você terá 70-30=40, e somente poderá investir em renda variável até 40% do que tem acumulado, pois quanto maior a sua idade, pressupõe-se que deverá ser mais avesso ao risco e com isso, investindo menos em aplicações de risco mais alto, independentemente de seu perfil de investidor.

Uma coisa é certa, dependendo do padrão de vida da pessoa, pode ser que não seja possível sobreviver na madura idade somente com a aposentadoria do INSS, por isso, é fundamental aprender a administrar o dinheiro, ter uma reserva financeira, mas tudo de uma maneira equilibrada, sem exageros, para ser algo sustentável e acima de tudo saudável e não gerar motivos de futuras doenças, caso não consiga atingir as metas mais rígidas de acumulação tão desejadas.

Nesse sentido, o equilíbrio é a peça fundamental para avaliar se há excessos nessas atitudes “de acumulação”, e sempre tenha a menta aberta para avaliar o feedback das pessoas, porque as vezes podem ser pessoas amigas que estão vendo com mais clareza algo que não está fazendo bem para você.

É bom ressaltarmos também que existe diferença entre os colecionadores e os acumuladores. Colecionar, a princípio, é um hobby, não é patológico. Os colecionadores costumam adquirir objetos que tenham aspectos em comum (sejam eles carros, chaveiros, selos, relógios, etc.) e tendem a organizar esses objetos racionalmente, ou seja, respeitando espaços, valores, e possibilidades práticas de aquisição. Os acumuladores, por sua vez, não conseguem ter essa visão racional e realmente perdem o autocontrole para adquirir ou se desfazer das coisas. Se os objetos de um colecionador se tornam excessivos ocupando espaços muito grandes ou gerando sofrimento intenso ao ter que se desfazer de algum(s) deles, essa pessoa pode vir a se tornar um acumulador compulsivo. Um comprador compulsivo pode também se tornar um acumulador, mas, a princípio, o foco é a aquisição do objeto. São sintomas muito próximos.

Existem diversas maneiras de tratar o transtorno de acumulação compulsiva como:

· Recomenda-se iniciar procurando a ajuda de aconselhamento financeiro, com a consultoria financeira. Especialistas em educação financeira e finanças são profissionais formados e experientes na área financeira, altamente capazes de ajudar as pessoas a organizar e controlar as suas finanças e também a traçar estratégias para planejamento financeiro a curto, médio e longo prazos. A educação financeira, mudança de mentalidade, hábitos e comportamentos o ajudará a lidar com sua situação financeira e existem muitos métodos eficazes para esse processo, por intermédio da consultoria financeira pessoal. Em diversos casos, muitas pessoas nos estágios iniciais da situação financeira, tem resultados positivos com o controle financeiro, pois o ato de começar a cuidar das finanças pode ajudar a impedir que a situação se deteriore, começando a recuperar o controle de suas finanças, lutando contra seus desejos de ignorar o problema, enfrentando quaisquer causas subjacentes, como a dívida e falência por exemplo.

· Praticar técnicas de relaxamento para aprender a controlar e impedir que a situação assuma o controle.

· As práticas integrativas e complementares de saúde – PICS, são formas eficazes de tratamento para essa situação.

· A terapia é uma opção que pode descobrir uma causa anteriormente desconhecida para a situação, ou uma origem inconsciente profundamente enterrada que pode ser tratada.

· É recomendado também a terapia em grupos de apoio financeiros, como acontece como os alcoólicos anônimos e dependentes de drogas. Os grupos de apoio financeiros, ajudam muito as pessoas a cuidarem de qualquer assunto relacionado a problemas e situações financeiras que afetam a saúde financeira.

· A hipnoterapia, regressão e hipnose é usada para encontrar uma razão para a situação ou modificar os sentimentos da pessoa em relação ao objeto temido, ajudando o doente a enfrentar a situação ou qualquer número de outras aplicações.

· Um tratamento bem conhecido para essa situação é chamado de terapia de exposição, um método no qual o indivíduo é lenta e gradualmente exposto ao cenário de que tem certa sensibilidade em uma situação controlada. Com o tempo, isso ajuda a pessoa a desenvolver uma tolerância e a se tornar insensível a uma situação que normalmente seria intensamente estressante.

· A medicação pode ser usada para controlar a ansiedade severa e ajudar o indivíduo a viver uma vida diária mais normal. Na maioria das vezes, porém, os medicamentos servem apenas para encobrir os sintomas e não ajudam a controlar o próprio medo subjacente.

Recomenda-se que quem tem o transtorno de acumulação compulsiva, procure uma ajuda especializada com profissionais formados e experientes como psicólogos, terapeutas e psiquiatras e faça um tratamento.


Interessante né pessoal?! Entendendo o transtorno de acumulação compulsiva, fica mais fácil cuidar da sua saúde financeira, não é mesmo?!




Esperamos que você tenha gostado das nossas dicas!

Atenciosamente,

Equipe do Box Financeiro







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